Entrevista com coordenadores do I Simpósio de Atividade Física da Região Norte
Autor: SBAFS em 20/11/2014
Neste mês de novembro, o espaço de entrevista do site da SBAFS apresenta uma conversa com os coordenadores do I Simpósio de Atividade Física da Região Norte. O evento pioneiro na região contou com o apoio da Escola de Administração Pública do Estado no Amapá e dos membros da SBAFS Marceli, Wirliane e Marlon. O evento foi realizado nos dias 25 e 26 de setembro de 2014 e marcou o inicio da série de eventos regionais organizados pela SBAFS.
A seguir, segue um breve relato dos organizadores do evento:
Como organizadores do evento podemos dizer que foi desafiador, mas de extrema necessidade, haja vista ser o primeiro e necessidade de discussão de muitos temas, uma vez que são muitas as necessidades que a região apresenta. Por fim, escolhemos como tema “Educação Física Escolar e a Promoção da Saúde”, a qual foi abraçada por todos os envolvidos. A escolha do local foi pensada para dar acesso ao maior número possível de pessoas e de que aspectos da cultura local fossem destacadados. Em Macapá são poucos os espaços que comportam o número significativo de pessoas e que seja adaptado as necessidades das pessoas com deficiência. Neste sentido, a escolha do Museu Sacaca foi perfeita!
Durante o evento aconteceram Palestras, Mesas Redondas, Conferências, Mostra de Projetos em Educação Física e Saúde e apresentações de trabalhos científicos.
O Simpósio contou com palestrantes da região Norte e de outras regiões brasileiras de instituições públicas e privadas, com destaque para as falas de renomados professores/pesquisadores da a, como: Dr. Pedro Rodrigues Curi Hallal, Dr. Mario Renato de Azevedo Junior, Dr. Markus Vinicius Nahas e o Dr. Rodrigo Siqueira Reis.
Os 247 participantes atenderam ao chamado e um mês antes do evento as inscrições já estavam encerradas. Para oportunizar que mais pessoas tivessem a acesso ao evento a Conferência de abertura ministrada peloDr. Markus Vinicius Nahas foi aberta ao público, e mais de 500 pessoas estiveram presentes. Foi emocionante ver a platéia lotada e aplaudindo de pé.
Em resumo, o evento alcançou seu objetivo e foi um sucesso, por envolver jovens estudantes e profissionais de várias instituições nos debates de temas relacionados a atividade física e saúde, além de ser um marco histórico para a área de Atividade Física e Saúde é um evento de grande relevância para a região Norte do Brasil.
Foram meses de planejamento e organização até chegar o grande momento do evento, conseguimos dar um passo importantíssimo, mas ainda existem muitos desafios. Uma pequena semente foi plantada e esperamos muito em breve, quem sabe já a partir do próximo evento da região Norte, que será realizado no Estado do Pará em 2016, começar a colher bons frutos.
A seguir, segue uma pequena entrevista com os professores organizadores do Simpósio.
SBAFS - Qual a importância para a Região Norte da realização do I Simpósio de Atividade Física e Saúde?
Marceli - Nossa região apresenta carência tanto de estudos científicos quanto de pesquisadores, e a realização deste evento vem atender tais necessidades, oportunizando a estudantes e professores acesso a conhecimentos relacionados a atividade física e saúde, estimulando professores/pesquisadores para desenvolvimento de projetos de investigação/intervenção científica, além de provocar investimentos em políticas públicas para promoção de atividade física e saúde para a população no norte do Brasil.
Marlon - Penso que sua importância foi promover aos professores e acadêmicos a oportunidade de aproximar a pesquisa com o pesquisador, levando-os a reflexão ao que se refere a pesquisa em nossa região. Com certeza foi plantada uma pequena semente nos nossos participantes.
Wirliane - O Simpósio foi realizado com um papel de considerável importância para o Norte e em especial em Macapá que infelizmente não dispõe de mestrado e doutorado na área de Educação Física, e o evento teve essa importância de nortear a todos os participantes das inúmeras possibilidades que a nossa área dispõe, além disso teve como principal objetivo estimular a produção científica na região norte.
SBAFS - Qual o perfil dos participantes do I Simpósio de Atividade Física e Saúde da Região Norte?
Do total de 218 questionários preenchidos o perfil do público 55,5% eram mulheres, 56,4% tinham entre 20 e 29 anos, 76,6% eram estudantes de graduação. 16,6% atuam na Educação Básica, menos de 2% eram sócios da SBAFS e 88,1% nunca participaram do Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde. Foi surpreendente saber que 76,6% dos participantes são estudantes de graduação e que para a maioria este foi o primeiro contato com evento científico de Atividade Física e Saúde.
SBAFS - Como foi a experiência de organizar esse evento pioneiro na região Norte?
Marceli - Organizar o evento foi uma realização pessoal e como tudo que é novo tivemos alguns desafios, muita responsabilidade, muito aprendizado, uma experiência única que nos proporcionou conhecer mais profundamente nossa realidade e necessidades na região Norte, e nos aproximou ainda mais da área de Atividade Física e Saúde. Foi uma honra organizar o I Simpósio de Atividade Física e Saúde na Região Norte e poder de alguma forma contribuir para o desenvolvimento da área nesta região do Brasil. Agradeço imensamente o apoio, a oportunidade e a confiança de todos!
Marlon – Magnifica. Excelente contribuição pessoal. Um grande passo para outros que ainda virão.
Wirliane - Confesso que foi extremamente cansativo e por muitas vezes angustiante, principalmente quando achavamos que nada daria certo. Mas ao todo foi maravilhoso poder fazer parte desse marco histórico para a nossa região, além de ter sido uma honra ter vivenciado esse aprendizado e principalmente saber que colaboramos pelo menos um pouco para início de muitos outros eventos que ainda virão.
SBAFS - Quais as principais dificuldades enfrentadas na região para a promoção da atividade física?
Marceli - São muitos os aspectos que envolvem a promoção da Atividade Física na região Norte, mas acredito que as principais dificuldades iniciam na formação profissional com poucas oportunidades de experiências em pesquisas, cursos e eventos científicos, além da falta de incentivo e condições de trabalho. Isso reflete na atuação do profissional na escola e nos inúmeros campos de atuação. É necessário firmar parcerias entre as instituições públicas e privadas para desenvolvimentos de projetos e programas de promoção de atividade física para os diversos públicos.
Marlon – A Grande dificuldade está na captação de projetos financiados pelo poder federal, municipal ou estadual e manutenção deles. Quando tem, são mal coordenados. A falta de espaço físico adequado também contribui para seu desenvolvimento.
Wirliane - Acredito que o desconhecimento de temas relacionados a promoção da atividade física, tanto por parte do Estado, Secretarias e profissionais dificultam essa promoção, sem contar na falta de comunicação entre os envolvidos. Falta mais capacitações para os profissionais tanto do setor público como o privado, e que sejam voltadas para a Promoção da Atividade Física. Reflexo disso, estar na maioria das Escolas onde não dispõem de recursos e muitas vezes nenhum apoio para programas e projetos relacionados com a promoção da atividade física.